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sexta-feira, 19 de junho de 2009

Boletim semanal do Escritório Carvalhaes

Boletim semanal - ano 76 - n° 24
Santos, sexta-feira, 19 de junho de 2009

Tivemos mais uma semana de baixa nas bolsas de café. É insustentável a situação atual. De um lado o Brasil batendo recordes de exportação, com o consumo de café em crescimento contínuo aqui e nos demais países consumidores, apesar da crise financeira atual. Do outro, produtores endividados e empobrecidos, assistindo ano após ano a queda de sua fatia no bilionário faturamento dos negócios mundiais de café.

Os preços praticados no mercado de café são definidos a partir de muitas variáveis, mas historicamente começam a se formar a partir das cotações da bolsa de Nova Iorque, que com a explosão da tecnologia da informação e a globalização da economia, é fortemente influenciada por grandes fundos de investimento e empresas multinacionais.

Os avanços da tecnologia da informação permitiram desenvolver novos tipos de contratos e coberturas, complexos e herméticos para o cidadão comum. A sofisticação dos novos mecanismos distanciou a formação dos preços do café dos fundamentos do mercado a tal ponto que diversos operadores não mais consideram os fundamentos relevantes na formação dos preços.

Este novo cenário está levando a situações como a atual, em que café colombiano foi vendido no mercado físico a até um dólar por libra peso (10 mil pontos!) acima da cotação da bolsa de Nova Iorque, que cota café colombiano posto nos EUA.

Para o produtor brasileiro a situação se agrava, pois além da valorização do real frente ao dólar, nosso café arábica é vendido com deságio sobre as cotações de Nova Iorque, que estão abaixo do que deveriam estar para refletir as cotações do café colombiano. O deságio de nosso arábica chegou até 30 centavos (3 mil pontos), apesar de sua qualidade ser reconhecida em todo o mundo ao ponto de substituir gradativamente arábicas da América Central e da Colômbia em tradicionais mercados consumidores do hemisfério norte.

Além de enfrentar este cenário internacional desfavorável, o cafeicultor brasileiro se depara com o atraso na implementação da política definida pelo governo brasileiro para sustentar os preços do café na entrada da nova safra brasileira. O atraso se deve a pressões e disputas dos setores mais organizados, que tentam se apoderar de maiores fatias dos incentivos governamentais. Já é possível afirmar que quando os leilões de opção forem realizados, não atingirão mais os pequenos produtores e os mais descapitalizados, que estão sendo obrigados a vender imediatamente após a colheita. Algumas das modificações de regras sugeridas também são contrárias aos interesses dos produtores.

O descontentamento dos cafeicultores chegou a um ponto tal que eles estão reagindo e se organizando através de seus sindicatos e associações, para serem ouvidos pelo governo federal.
Até o dia 18, os embarques de junho estavam em 885.049 sacas de café arábica e 53.083 sacas de café conillon, somando 938.132 sacas de café verde, e 89.052 sacas de solúvel, contra 1.478.284 sacas no mesmo dia de maio. Também no dia 18, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em junho totalizavam 1.677.128 sacas, contra 1.849.343 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, em uma semana (do fechamento do dia 12, sexta-feira, até o fechamento de hoje), caiu nos contratos para entrega em julho próximo, 1.285 pontos ou US$16,99(R$33,52) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em julho próximo na ICE fecharam no dia 12, a R$329,20, e hoje, dia 19, a R$303,80/saca. Hoje, nos contratos para entrega em julho, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 375 pontos.
Escritório Carvalhaes

Fonte: Escritório Carvalhaes - http://www.carvalhaes.com.br

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